A IMPORTÂNCIA DO CAPITAL INTELECTUAL NAS ORGANIZAÇÕES.
Apresentarei a seguir, alguns conceitos,
características e considerações sobre a importância do capital intelectual e
seus benefícios para as organizações na era do conhecimento.
CONCEITOS SOBRE CAPITAL
INTELECTUAL
A origem do Capital Intelectual surgiu com a
Sociedade do Conhecimento, caracterizadas por uma série de mudanças e
transformações.
O conceito de Capital
Intelectual tem sido um assunto intensamente estudado e debatido atualmente. Todavia,
o uso da palavra Capital Intelectual é muito recente em termos de publicação.
Crawford (1994) norteia
que numa economia do conhecimento, os recursos humanos e não o capital físico e
financeiro constitui as vantagens competitivas das organizações, e a gerência
deve maximizar a preparação de trabalhadores altamente especializados.
Chiavenato (2004)
Capital intelectual é a soma de tudo o que você sabe. Em termos
organizacionais, o maior patrimônio de uma organização é algo que entra e sai
pelas suas portas todos os dias, ou seja, são os conhecimentos que as pessoas
trazem em suas mentes – quer seja sobre produtos, serviços, clientes,
processos, técnicas, etc.
Segundo Antunes (2000,
p. 81) sabe-se que o primeiro assunto publicado utilizando o conceito de
Capital Intelectual foi em 1994 por Thomas Stewart. No entanto, definir ou
explicar o capital intelectual tem sido alvo de diversos pensadores.
Para Stewart (1998,
p.13), Capital intelectual é a soma dos conhecimentos de todos em uma empresa o
que lhe proporciona vantagem competitiva. Ao contrário dos ativos, com os quais
empresários e contadores estão familiarizados – propriedade, fábrica,
equipamentos, dinheiro – constituem a matéria intelectual: conhecimento,
informação, propriedade intelectual, experiência, que pode ser utilizada para
gerar riqueza.
Peter Drucker (1996),
em seus trabalhos científicos analisou o poder da informação como originária de
ações de sucesso, essenciais a criação e permanência das organizações no
mercado. Quanto mais cedo obtivermos informações antecipadas, maiores serão as
chances de criar, planejar, controlar, solucionar ou oportunizar o momento.
Edvinsson e Malone
(1998) (apud e Antunes - 2000 p 78) definem Capital Intelectual a parte
invisível da empresa onde se encontram o capital humano (conhecimento, inovação
e habilidade dos empregados mais os valores, a cultura e a filosofia da
empresa) e o capital estrutural.
Segundo Brooking (1996
apud ANTUNES, 2000, p. 73), capital intelectual pode ser definido como “uma combinação
de ativos intangíveis, frutos das mudanças nas áreas da tecnologia da
informação, mídia e comunicação, que trazem benefícios intangíveis para as
empresas e que capacitam seu funcionamento”. Em outras palavras, Brooking diz
que capital intelectual equivale à capacidade, conhecimento, habilidade,
experiência própria de cada indivíduo, que são empregadas na organização.
CAPITAL INTELECTUAL: MAIS MENTE MENOS MÚSCULOS
Novas e importantes
percepções emergem quando as empresas passam a ser vistas também sob a ótica do
conhecimento.
No antigo modo de se conceberem as empresas como um agregado de
recursos para gerar produtos e serviços, as pessoas eram consideradas fatores permutáveis
na equação da produção e o conhecimento era tido apenas como uma condição
desejável.
Hoje, as inovações
tecnológicas, cada vez mais acessíveis a todos os setores econômicos, reduziram
a distância diferenciadora entre as empresas, que passaram a ter possibilidade
de acesso a novidades e evoluções surgidas em qualquer parte do mundo.
O diferencial entre as
empresas não são mais as máquinas utilizadas no processo produtivo, mas sim o
somatório do conhecimento coletivo gerado e adquirido, as habilidades criativas
e inventivas, os valores, atitudes e motivação das pessoas que as integram e o
grau de satisfação dos clientes. São os chamados ativos intangíveis, os conhecimentos
tácitos ou explícitos que geram valor econômico para a empresa e cuja origem
está diretamente relacionada aos agentes criativos da empresa.
O capital intelectual
engloba conhecimentos adquiridos e acumulados de uma organização, ou seja, os
conhecimentos acumulados de uma empresa inerentes a pessoas, projetos,
patentes, sistemas, metodologias e a interatividade do ativo humano para com a
missão da empresa.
O capital intelectual é
intangível. É o conhecimento da força de trabalho é o treinamento e a intuição
de uma equipe que descobre algo que poderá servir de alavancagem para
impulsionar a empresa para o sucesso agregando valores aos produtos mediante a
inteligência humana e o capital monetário. Ou seja, capital intelectual pode
ser descrito como a capacidade mental coletiva que compõe o goodwill.
O capital intelectual
tem se tornado o principal recurso para o contínuo desenvolvimento das organizações.
Em função das mudanças tecnológicas, econômicas, políticas e sociais, a
sociedade tem buscado novos conhecimentos e novos valores que estão fazendo
parte dessa nova fase global. A sociedade está percebendo, através das
mudanças, que para sobreviver no mercado competitivo é preciso participar
ativamente de todo processo evolutivo, buscando estar devidamente qualificado e
proporcionar melhores resultados a essa nova estrutura organizacional que tem
privilegiado o capital intelectual.
Diante do mundo globalizado,
vivenciado nas últimas décadas através das grandes mudanças socioeconômicas,
políticas, culturais e tecnológicas visualiza-se a passagem de uma sociedade
industrial para uma sociedade do conhecimento.
Na era do conhecimento,
as organizações precisam gerir seu capital intelectual de forma mais sistêmica.
Precisam elaborar diretrizes, estratégias, plano de ação que leve o seu capital
humano, o indivíduo detentor de conhecimento, a organizações focalizadas em
conhecimentos.
A complexidade do ambiente
empresarial atual exige a capacitação de instrumentos de intervenção cada vez
mais sofisticados e inovadores. O capital Intelectual surge como uma forte alternativa para
todas as organizações, independentemente de tamanho, atividade ou
nacionalidade. Todavia, essas mudanças provocadas pelo capital intelectual, se
por um lado, pode gerar frustração aos profissionais da contabilidade, devido
ao desafio em mensurá-lo, e por tudo que foi aprendido e repassado às inúmeras
gerações, por outro, é uma oportunidade singular para fortalecer ainda mais a
relevância do homem na sociedade.
Ouve-se
falar de competência como diferenciação e conseqüente vantagem competitiva para
a organização. Surgem-se, a diferença entre a competência corporativa e
competência humana.
A Competência
Corporativa é um conjunto de ações e tecnologias essenciais de difícil imitação
por parte dos concorrentes e necessárias para execução dos objetivos
estratégicos.
A competência humana
são conhecimentos, habilidades e atitudes requeridos pelos diferentes níveis de
gestão para atingir os objetivos específicos de cada função (comprometimento).
Uma pessoa competente
tem conhecimento adquirido por experiências práticas e teorias, habilidades
imprescindíveis ao seu cargo ou função, como: capacidade de síntese, visão
sistêmica, raciocínio lógico e analítico e atitudes (comportamento). A ética
nunca foi tão essencial nas relações profissionais quanto agora. As empresas
esperam dos seus colaboradores respeito as suas normas e relacionamento cordial
para com todos, favorecendo o clima organizacional.
Gerir pessoas é
administrar complexidade. O ser humano é o ativo que exige maior atenção por
parte das organizações, visto que são mutáveis e tem aspirações diversas, a
interdependência do emocional e o físico.
O gestor de RH tem por
obrigação analisar os cargos e suas respectivas funções para traçar o perfil
adequado, norteando o recrutamento e seleção.
Alguns exemplos e
adjetivos que diferem competência, habilidade e atitudes:
Competência
a) Noções técnicas
b) Experiência na área de atuação
c) Empreendedorismo
d) Técnicas de comunicação, vendas, informática,
etc.
Habilidades
a) Liderar
b) Gerenciar conflito
c) Comunicação
d) Poder da oratória
e) Poder de síntese
Atitudes
a) empatia
b) bom- humor
c) criatividade
d) concentração
e) boa memória, etc.
O conhecimento
proporcionado pelos funcionários, incentivado e valorizado pelas empresas
constitui uma importante riqueza das organizações.
Assim, as organizações
deve investir em seus colaboradores através de programas de incentivos e com
isso reter talentos, para que estes contribuam para o sucesso de suas empresas
e constituam em uma vantagem competitiva frente aos concorrentes. O RH tem um
papel importante no desenvolvimento de estratégias que permitam conquistar,
reter e motivar seus talentos e principalmente desenvolvê-los.
Esse será o caminho a
ser trilhado pelas organizações para manter-se atual, moderna e na vanguarda
dos acontecimentos da nossa era.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
1. ANTUNES, Maria Thereza Pompa. Contribuição ao
entendimento e mensuração do capital intelectual. 1999. Dissertação
(Mestrado) – FEA,
Universidade de São Paulo, São Paulo.
2. ANTUNES, Maria Thereza Pompa. Capital
Intelectual. São Paulo: Atlas,
2000.
3. MARION, José Carlos. Contabilidade
Empresarial. 10. ed. São Paulo:
Atlas, 2003.
4. SCHMIDT, Paulo. SANTOS, José Luiz. Avaliação
de ativos intangíveis.
São Paulo: Atlas, 2002.
5. STEWART, Thomas A. Capital Intelectual: a
nossa vantagem competitiva das empresas. 11 ed. Rio de Janeiro: Ed. Campus,
1998.
6. DRUCKER, P.
Post-capitalism society. New York: HarperCollins. Publishers, 1993.
7. STEWART, T. A. Intellectual capital. New York: Doubleday/ Currency, 1997.
8. PRAHALAD, C. K., HAMEL, G. A Competência
Essencial das Organizações. Harvard Business Review.
9. CRAWFORD, Richard. Na era do capital humano. São
Paulo: Atlas, 1994.
10. DRUCKER, P. F. Sociedade pós-capitalista. São
Paulo: Pioneira, 1994.
11. CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: e o
novo papel dos recursos nas organizações / Idalberto Chiavenato. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2004 – 3ª Reim.
(Postado por Valéria Albuquerque - Real Consultoria e Serviços).
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Valéria Albuquerque - Pedagoga e Consultora Empresarial - Real Consultoria e Serviços.