Artigos para o Blog do CPA - Centro de Pesquisas da Antiguidade - do Centro Cultural Jerusalém
1ª Parte: Introdução e localização histórica:
TEMA: COMO ERA A EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE?
A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE
Não podemos falar da Educação e seu início, sem antes remontar os aspectos que envolvem a sua origem.
A Pedagogia – (A origem da ação de Educar) - É a teoria crítica da educação, isto é, da ação do homem quando transmite ou modifica a herança cultural. A educação não é um fenômeno neutro, mas sofre os efeitos da ideologia, por estar de fato envolvida na política. E podemos dividir suas práticas iniciais ou manifestações em fases ou períodos. Começaremos então, a falar da Educação na Grécia Antiga e de seus tipos de Educação.
ANTIGUIDADE GREGA: A PAIDÉIA
Os meninos gregos das famílias que pertenciam às camadas sociais mais ricas e poderosas eram ensinados por tutores quanto à oratória, a poesia e o cálculo. Já as meninas eram educadas em casa, pelas próprias mães, para que se tornassem boas esposas e donas de casa.
A Grécia Clássica pode ser considerada o berço da pedagogia. A palavra paidagogos significa aquele que conduz a criança, no caso o escravo que acompanha a criança à escola. Com o tempo, o sentido se amplia para designar toda a teoria da educação. De modo geral, a educação grega está constantemente centrada na formação integral – corpo e espírito – mesmo que, de fato, a ênfase se deslocasse ora mais para o preparo esportivo ora para o debate intelectual, conforme a época ou lugar. Nos primeiro tempos, quando não existia a escrita, a educação é ministrada pela própria família, conforme a tradição religiosa. Apenas com o advento das póleis começam a aparecer as primeiras escolas, visando a atender a demanda.
O que é a Paidéia?
As explicações predominantemente religiosas são substituídas pelo uso da razão autônoma, da inteligência crítica e pela atuação da personalidade livre, capaz de estabelecer uma lei humana e não mais divina. Surge a necessidade de elaborar teoricamente o ideal da formação, não do herói, submetido ao destino, mas do cidadão.
O cidadão não será mais o depositário do saber da comunidade, mas aquele que elabora a cultura da cidade. Não está preso ao passado, mas é capaz de projetar o futuro.
O termo Paidéia:
Foi criado por volta do século V a.C. Inicialmente significava apenas: criação dos meninos (pais, paidós, “criança”).
A Grécia clássica pode ser considerada o berço da pedagogia. Paiagogos significa literalmente aquele que conduz a criança (agogôs, “que conduz”): o escravo que conduz a criança à escola.
O termo pedagogia se amplia, adquirindo o sentido de teoria sobre a educação.
Os gregos, ao discutir os fins da Paidéia, esboçam as primeiras linhas conscientes da ação pedagógica.
Tradição mítica
A concepção mítica na Grécia predomina até o século VI a.C.
Os mitos gregos recebiam forma poética e eram transmitidos oralmente, em praça pública, pelos cantores ambulantes (aedos e rapsodos). Alguns mitos (Ilíada e Odisséia) são atribuídos a Homero. Nos relatos míticos das epopéias de Homero:
- O herói vive na dependência dos deuses e do destino (falta-lhe a noção de livre arbítrio);
- Ter sido escolhido pelos deuses é sinal de valor e em nada desmerece sua virtude.
- A noção de virtude (areté) não se confunde com o conceito moral de virtude conforme o conhecemos depois, mas significa força, excelência e superioridade, alvo supremo do herói.
Nasce a filosofia
Filosofia: milagre grego?Passagem do pensamento mítico para o racional e filosófico.
O surgimento da filosofia na Grécia não é um salto realizado por um povo privilegiado, mas a culminância de um processo que se fez ao longo de milênios e para a qual concorreram as novidades introduzidas na época arcaica.
Novidades: escrita, moeda, lei e polis. Essas transformações foram responsáveis por uma nova visão que o homem passa a ter do mundo e de si próprio.
A escrita:
- Proporciona a possibilidade de maior abstração, que tende a modificar a estrutura do pensamento ao propiciar o distanciamento do vivido, o confronto das idéias, a retomada do relato escrito.
- Surge como exigência de rigor e clareza, estimulando o espírito crítico.
A lei escrita:
- A justiça, antes submetida à arbitrariedade dos reis ou da interpretação da vontade divina, volta-se para a discussão, adquirindo um caráter humano. Fundamento para a democracia nascente.
A polis:
- Está centralizada na ágora (praça pública), onde se discutem os problemas de interesse comum;
- Constitui-se com a autonomia da palavra (da argumentação)
A expressão da individualidade por meio do debate engendra a política, libertando o homem dos desígnios divinos, para que ele próprio possa tecer seu destino na praça pública.
Nosso artigo,terá continuidade, devido ao vasto material disponível para estudos, relacionados ao assunto: A Educação na Antiguidade. Portanto, daremos sequência, nas próximas postagens. Abraços aos leitores desse Blog!
(Por Valéria Albuquerque da Silva - Pedagoga e consultora Empresarial da Real Consultoria & Serviços)
Fontes de consulta:
Sites:
– A história da educação na antiguidade. ARANHA, Maria Lúcia Arruda.
– História da Educação. ARANHA, Maria Lúcia Arruda.
Bibliografia:
ARANHA, Maria Lúcia. História da Educação. 2. ed. rev. e atual. São Paulo: Moderna, 1996.