Nossa Diretora: Valéria Albuquerque - Pedagoga Empresarial.

Nossa Diretora: Valéria Albuquerque - Pedagoga Empresarial.
"REAL CONSULTORIA & SERVIÇOS - SUA GARANTIA EM QUALIDADE, EFICIÊNCIA, ÉTICA E PROFISSIONALISMO!"

"MISSÃO, VISÃO E VALORES DA REAL CONSULTORIA & SERVIÇOS"

* MISSÃO:



- Realizar Serviços de Consultoria e Assessoria Empresarial, utilizando métodos modernos;



- Conduzir os Processos de Treinamento e Desenvolvimento, através de um trabalho, com
Tecnologias

Integradoras
, por uma Equipe Capacitada;

- Ajudar os Clientes a Planejarem, Redesenharem, Construírem e a Operarem suas empresas, em Sincronia com as Novas Tecnologias, Estratégias Eficazes, Novas Capacidades e Direções Estratégicas Inovadoras de Mercado.

* VISÃO:

- Conduzir Serviços de Consultoria e Assessoria de Qualidade, com Segurança, Discrição, Bom Gosto e Inovação na Gestão de Pessoas;

- Atuar no Mercado visando o crescimento Técnico, Profissional, baseado na Ética e Valores Morais, procurando fazer bem tudo aquilo a que se propuser;

- Atingir a Excelência no Treinamento e Desenvolvimento Pessoal e Profissional, servindo de referência em Consultoria no Brasil.

*VALORES:

- Comprometimento Ético;

- Igualdade de tratamento a todos;

- Justiça e Paz Social;

- Transparência nas Ações;

- Compromisso com o Serviço Profissional;

- Envolvimento com a Missão da Instituição;

- Valorização dos Integrantes da Instituição;

- Discrição e Responsabilidade.



Fale com a Real Consultoria e Serviços:

Nome

E-mail *

Mensagem *

REAL - Pensando, refletindo, criando, crescendo, voando mais alto...

"Determinar é - marcar tempo, fixar, definir, prescrever, ordenar, estabelecer, decretar, e decidir. É tomar posse da Bênção!"

(Missionário R.R. Soares)


"Quando você está inspirado por algum grande propósito, por algum projeto extraordinário, todos os seus pensamentos rompem seus vínculos: sua mente transcende as limitações, sua consciência se expande em todas as direções, e você se descobre em um mundo novo, grande e maravilhoso.
Forças, faculdades e talentos dormentes tornam-se vivos, e você percebe que é uma pessoa melhor, de jamais sonhou ser!"

(Patanjali)

Postagens mais visitadas

domingo, 13 de novembro de 2011

Artigo: "A volta do Estado-Nação" por Marcos Troyjo

A volta do Estado-Nação

Marcos Troyjo

Professor do IBMEC e pesquisador da Universidade Paris V-Sorbonne



O imbroglio envolvendo a Grécia, bem como as demais economias européias em crise por suas dívidas soberanas, está a ensinar-nos uma lição bem clara em termos de cenário global. Ao contrário do que se supunha, é o Estado-Nação, e não instituições multilaterais, acordos regionais ou filiações civilizacionais, que está dando as cartas no redesenho da política mundial contemporânea.

Afinal de contas, nestes nossos dias as pessoas ainda definem suas visões de mundo em grande medida pelas realidades nacionais em que se inserem. Do passaporte à seleção de futebol, são muitos os símbolos e instrumentos da expressão nacional. Daí o primeiro-ministro Papandreou ter repetidamente argumentado que ele gostaria de fazer “o que é melhor para a Grécia, e não para a União Européia ou a economia global”.

Recentemente, o Estado-Nação, como figura dominante das relações internacionais, passou por 3 questionamentos.

Muitos acreditaram que o “Fim da História” concebido por Francis Fukuyama levaria ao progressivo desaparecimento das soberanias nacionais em nome da ONU e outras instituições multilaterais. Outros, como Samuel Huntington, acreditavam que os estados nacionais eram menos importantes que as “civilizações” (islâmica, ocidental, etc.) na definição dos potenciais de cooperação e conflito. O aparente sucesso da União Européia nos anos 90 também fazia pensar que todo o mundo estava rumando para alguma forma de acordo regional, e daí tanta ênfase a temas como Mercosul, Nafta, Alca ASEAN, etc.

Todas as reuniões de bastidores do G-20 em Cannes, na semana passada, foram marcadas por uma espécie de "intercâmbio de recriminações", sobretudo dentre os membros da União Européia. Ou seja, um Estado-Nação criticando outro Estado-Nação. A propósito, EUA e Europa utilizaram a oportunidade para pedir que as economias emergentes, os BRICS em particular – e em especial a China – participassem mais ativamente do redesenho da arquitetura financeira internacional. Menor ênfase foi dada a atores como o FMI ou o Banco Mundial.

É bom ressaltar que o G-20 ou os BRICS são fóruns de consultas e coordenação, e não uma organização multilateral cujas decisões têm força compulsória. Assim, o problema com qualquer arranjo multinacional é que ele se contra em meio ao individualismo de cada país em velar por seus próprios interesses (daí acusações do tipo que os EUA estão exportando sua crise, ou que a moeda chinesa está demasiado subvalorizada, ou que o Brasil é protecionista demais, etc.) e as necessidades de cooperação para a solução problemas que muito superam em escala a capacidade individual de cada país.

Caso a comunidade internacional realmente deseje criar uma estrutura eficiente de governança econômica global, seria necessário fundir FMI, Banco Mundial, OMC e G-20 num novo e poderoso instrumento que reflita as realidades de poder e desafios do século 21. No entanto, ainda estamos a anos-luz de um mecanismo desse tipo. Durante muito tempo ainda, o Estadao-Nação será o ator preponderante dos fluxos mundiais de riqueza e poder.

(Postado por Valéria Albuquerque - Real Consultoria & Serviços)

Blog do Headhunter: Nova Gestão de RH: Convergindo Diversidade para Re...

Blog do Headhunter: Nova Gestão de RH: Convergindo Diversidade para Re...: O mundo dos negócios muda em ritmo acelerado; as relações das empresas com seus diversos stakeholders se intensificam e diversificam com a ...

Blog do Headhunter: Nova Gestão de RH: Convergindo Diversidade para Re...

Blog do Headhunter: Nova Gestão de RH: Convergindo Diversidade para Re...: O mundo dos negócios muda em ritmo acelerado; as relações das empresas com seus diversos stakeholders se intensificam e diversificam com a ...

Blog do Headhunter: Nova Gestão de RH: Convergindo Diversidade para Re...

Blog do Headhunter: Nova Gestão de RH: Convergindo Diversidade para Re...: O mundo dos negócios muda em ritmo acelerado; as relações das empresas com seus diversos stakeholders se intensificam e diversificam com a ...

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

"Frases, poemas e mensagens no Pensador"




pensador.info
BONS AMIGOS

Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.
Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.
Amigo a gente sente!

Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.
Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.
Amigo a gente entende!

Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.
Porque amigo sofre e chora.
Amigo não tem hora pra consolar!

Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.
Porque amigo é a direção.
Amigo é a base quando falta o chão!

Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.
Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.
Ter amigos é a melhor cumplicidade!

Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho,
Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!
Machado de Assis

terça-feira, 1 de novembro de 2011

O que é e como funciona um e-mail marketing, ou e-newsletters?


O que é e como funciona um e-mail marketing, ou e-newsletters?

Por Valéria Albuquerque

            O e-mail marketing, ou mais conhecido como e-newsletter, nada mais é, do que um tipo de propaganda enviada ao cliente, um boletim informativo da empresa que é enviado por e-mail. Em geral se cria uma espécie de folheto, divulgando o produto (lançamento) ou serviço (inovação), que está disponibilizando para melhor atendê-lo.

            O primeiro objetivo ao se criar e utilizar o e-mail marketing, ou mais conhecido como newsletter, é de aumentar o número de clientes em potencial a serem atingidos pela propaganda que você deseja comunicar ao mesmo.

            Dentre as muitas formas de comunicação feita por uma empresa para divulgar um produto ou serviço novo oferecido por ela, existe a newsletter, que é na verdade, uma arma poderosa, ser for bem utilizada. Para isso é preciso criar em conjunto uma estratégia. Porque simplesmente criar o e-mail, a newsletter e enviar para os clientes não faz efeito algum, se não houver toda uma infraestrutura para dar o feedback ao retorno desses clientes, após receberem o mesmo.

            Uma dica importante é que a linguagem seja clara e objetiva, e a mensagem curta e de fácil leitura. Coloque sempre todas as informações necessárias para que seu cliente possa contatar você facilmente.

            Outra dica muito importante é desenvolver um conteúdo que seja interessante e objetivo ao mesmo tempo, sem estender o assunto, mas procurando destacar as vantagens que estão sendo oferecidas ou mesmo o assunto que se informa. O mesmo deve ser relevante, e outro grande cuidado que se deve ter, é a quem se dirige o mesmo.

            Quanto ao assunto, como já dissemos, procure elaborar algo dinâmico, interessante e criativo. Que comunique o que você deseja, mas que seja importante para o seu cliente e a empresa dele.

            A questão que acho mais importante falar nesse momento é quanto a “personalização” do envio para o cliente, ou seja, procure enviar a newsletter de forma personalizada para àqueles clientes ou empresas que você sabe ser necessário uma maior formalidade. E outro fator importante para o sucesso e a receptividade do newsletter pelo seu cliente, é você procurar tratá-lo como único e especial, afinal, quem não gosta de um “mimo” de vez em quando? Bem dito isto, me despeço de vocês, desejando-lhes boa sorte e sucesso em suas carreiras e negócios!!!!!

(Valéria Albuquerque – Pedagoga e Consultora Empresarial – Real Consultoria e Serviços). site: http://wwwrealconsultoriaeservicos.blogspot.com

terça-feira, 4 de outubro de 2011

(Publicação sobre amigo Marcos Troyjo)

Harvard: O Brasil como potência emergente
Entrevista com o Prof. Marcos Troyjo
Fábio Pereira Ribeiro
           Em recente evento no Centro David Rockefeller de Estudos Latino-Americanos na Universidade de Harvard em Boston, o diplomata Marcos Troyjo apresentou ao meio acadêmico e empresarial dos Estados Unidos as potencialidades e novos movimentos estratégicos do Brasil no mundo. Entrevista exclusiva com o diplomata que apresentou suas principais questões e visões estratégicas do Brasil como potência. Marcos Troyjo é diretor presidente do Centro de Diplomacia Empresarial e co-Diretor do BRICLab da Columbia University, pesquisar do Universidade Paris-Descartes (Sorbonne) e é autor de Nação Comerciante, Poder e Prosperidade no Século XXI.
1) Como os grandes países emergentes estão se preparando para a nova economia política global?

           A ideia de “BRICs” (conjunto de nações emergentes que congrega Brasil, Rússia Índia e China) como categoria válida para a análise do presente e futuro das relações internacionais é um “conceito-em-construção”. O sucesso de cada um desses países na economia política do século XXI resultará essencialmente de 4 perguntas que países candidatos a potência internacional têm de responder: (i) Qual é seu projeto nacional? (ii) Como perseguirá seus objetivos num mundo interdependente e conflituoso? (iii) Como está se preparando para a economia digital do conhecimento? e (iv) Que sacrifícios está disposto a fazer?
Os BRICs, se quiserem ademais atuar como grupo, em coesão que permita somar forças e assim influenciar em maior medida as relações internacionais, terão de tornar-se mais do que apenas nações que compartilham dimensões geográficas e estatísticas econômicas e sociais semelhantes – grande território, grande população, grande economia, grande potencial para desempenhar papéis construtivos ou fragmentários em suas regiões geopolíticas e na economia global, Será fundamental construir visões e ações articuladas na busca de seus interesses e acerca do entendimento de como o mundo deve funcionar. É também fundamental estabelecer instâncias regulares e formais que congreguem líderes empresariais, porta-vozes da sociedade civil e autoridades governamentais na formulação de agendas comuns.
2) Não se está colocando muita ênfase na coesão dos BRIC?

            Vale enfatizar que (ao menos até agora) os BRICs não são uma organização internacional. Não são, tampouco, um bloco econômico com modalidades de livre-comércio. Não são, muito menos, plataforma para construção de consensos quanto a itens da agenda internacional como direitos humanos, meio ambiente paz e segurança internacionais regras para o comércio internacional, atuação conjunto na ONU ou OMC, etc.

3) Quais parâmetros guiarão as escolhas dos BRICs?

          Os BRICs têm de saber o que querem para seus países, para suas elites, o que querem do mundo e para o mundo. Portanto, é preciso questionar se os BRICs têm um projeto de poder, um projeto de prosperidade e um projeto de prestígio.

4) Qual deve ser o comparativo entre as motivações e capacidades de cada BRIC para o cenário internacional?

         A China deseja ser rica e daí poderosa. Ela seguramente tem um projeto de prosperidade em vigor já há mais de 30 anos. Isso contribui para o incremento de seu prestígio e poder. Sua performance no campo dos chamados “novos” itens da agenda internacional (diretos humanos, meio ambiente, etc.) é das mais sofríveis. A China continuará a ser a planta de manufatura industrial do mundo ainda por muitos anos. O investimento na China será motivado essencialmente pela criação de infraestrutura local voltada ao comércio em terceiros países.

         Já a Índia deseja ser poderosa e daí ter prestígio. O diferencial competitivo tem vindo da baixa remuneração do fator trabalho (salários) em determinados setores (têxteis, outsourcing, tecnologias da Informação). Não possui nenhum projeto articulado de prosperidade. O investimento continuará a vir de empresas que desejam reduzir seus custos salariais e de produção mediante a “offshorização” de suas operações. O investimento será vigoroso em áreas de valor agregado como a indústria química, software e outros segmentos relacionados às TIs, mas em escala insuficiente para fazer um “boom” que perpasse toda sua estrutura socioeconômica de castas. Ademais, os mercados de capitais ainda são pouco significativos.

         A Rússia,quer poder, prosperidade e prestígio, mas não sabe como chegar lá. Às vezes, ainda fala como se fosse uma superpotência. A população de cientistas é imensa. A Europeização da Rússia irá representar uma tensão entre conflito e cooperação com países de seu entorno que acabará por produzir efeitos positivos para a Moscou. No instante em que a economia européia estiver reequilibrada, o investimento da União Européia fluirá fortemente a Rússia, pois é a última fronteira da Europa. A credibilidade do mercado de capitais e das instituições é ainda bastante frágil e vai demorar anos para tornar-se sólida. O investimento doméstico e internacional estará focado principalmente em infraestrutura e indústrias de capital intensivo.

5) E o Brasil?

        O Brasil se insere numa atmosfera de incerteza quanto à economia global. Tal cenário pode implicar significativa estiagem internacional de capitais. A dependência que hoje nosso perfil econômico externo mantém com a China é por demais arriscada. É com este ambiente externo que devemos dar sentido prático à continuada expansão da economia brasileira e o resgate da dívida social. Será preciso aliar esforços de governo e sociedade na construção de um projeto para os próximos 25 anos. Este projeto tem de conjugar aquilo que as empresas brasileiras vêm fazendo de melhor em termos de mercado global e uma visão estratégica de como devemos nos inserir na geoeconomia do século XXI.

6) Por que afirma que o Brasil precisa de um “business grade”? Há modelos de negócios brasileiros a seguir?

        Hoje, apesar da “neocrise” de 2011, ainda há uma espécie de “espiral de otimismo” que envolve o Brasil. Muitos mostram-se impressionados com a resiliência e criatividade de algumas empresas brasileiras. O estudo da evolução dessas empresas (Alpargatas, Marcopolo, Embraer, Petrobras, Vale, Fogo de Chão, BOVESPA, Natura) ao longo dos últimos 15 anos nos faz concluir que, em graus e aplicações diferentes, podem ser identificadas 3 características que ajudam a mapear o DNA do sucesso dessas corporações.

        A primeira dessas características é o que poderíamos chamar de “auto-destruição criativa”. São empresas que entenderam a dinâmica radical de aparecimento e transformação de tecnologias e de como isso afeta seu negócio. A Alpargatas deixou de ser uma empresa de calçados para tornar-se uma empresa de design & branding. Há 20 anos, as Havaianas eram produto para as classes D e E. Seu principal atrativo era “não deformar, não ter cheiro e não soltar as tiras”. Hoje, com design apurado e marketing de primeira linha, as Havaianas ostentam loja-conceito no bairro de Saint-Germain-des-Près, em Paris, e adornam os pés de Nicole Kidman ou Carla Bruni.A Petrobras está deixando de ser uma empresa de petróleo para tornar-se uma corporação de múltiplas fontes de energia, com presença importante em biocombustíveis e geradores eólicos e fotovoltaicos. A Vale não é mais apenas uma gigante da mineração, mas da logística, e assim por diante.

         São empresas que também se tornaram verdadeiros “Hubs de Conhecimento”. Corporações que promovem maciços investimentos em educação empresarial e até mesmo universidades corporativas. Apostaram no pagamento de MBAs a seus executivos e em Mestrados e Doutorados para a ponta técnica e especializada. É comum também o envio de seus principais executivos e pessoal temático a mecas acadêmicas como INSEAD, IE, London Business School, Harvard, MIT.

        Outro traço distintivo dessas campeãs brasileiras é o seu conservadorismo financeiro. Em meio à sedução de derivativos e IPOs intempestivos, trabalharam duro para tornar a operação em-si, e não milagrosas fontes externas, sua principal base de financiamento.

        A última característica dessas empresas é que, sem abandonar o presente, já se encontram com olhos voltados para o futuro. E o amanhã para elas é movido por 3 condutores: internacionalização, capital humano e planejamento de longo prazo. Elas escolheram o caminho da internacionalização seja através do modelo de “empresa-comerciante” (turbinando exportações e importações) ou do modelo de “empresa-rede” (espraiando a rede de produção e distribuição por todo o mundo, sempre visando ao menor custo e máximo retorno). Utilizam seu valioso capital humano para moldar o futuro. A Petrobras hoje tem planos diretores que chegam até mesmo ao ano de 2030. Ou seja, já conquistamos o investment grade. Agora é partir para o business grade.

7) Para o Brasil, quais devem ser os pilares de uma nova competitividade externa?

         O papel a ser desempenhado pelo Estado é central. É dizer, o Governo é parte da solução e parte do problema. A opção pelo mercado interno por parte do Brasil tem sido cantada em prosa e verso como a grande responsável pela maneira quase incólume com que o País passou pela crise deflagrada em setembro de 2008. Isso leva alguns a concluírem que é um erro a internacionalização da economia brasileira. Que não importa a pequena ênfase que o Brasil confere à conquista de mercados externos. Ora, nada mais errado. A China também atravessou a crise de cabeça erguida, e ostenta 60% de seu PIB relacionado ao comércio exterior.

          Muitos acreditam que a baixa participação do Brasil no comércio mundial (menos de 1% de tudo que se compra e vende no mundo) e do comércio exterior no Brasil (apenas cerca de 17% do PIB) é fruto do protecionismo dos países mais ricos. No entanto, há questões prévias, ainda mais importantes que o resultado dessas negociações. Por exemplo: o Brasil quer fazer do comércio exterior sua principal via de inserção na economia global? Será que desejamos que o comércio exterior se torne nossa ferramenta privilegiada para a construção de poupança nacional e de recursos para investir? Temos portanto que substituir noções simplistas, como a idéia de que "o mercado mundial pode ser interessante para o Brasil se barreiras protecionistas forem eliminadas", por questões como "qual nossa estratégia de promoção comercial mesmo num mundo protecionista?"

         As lições da história econômica das últimas décadas ensinam claramente que aqueles países que buscaram a internacionalização tiveram mais êxito do que os atrelados dogmaticamente a seu mercado interno. Cabe ao Brasil aprender essa lição. Para esse objetivo, além das reformas trabalhista, previdenciária e tributária, há um "quarteto" de prioridades: (i) a facilitação da legislação interna para abertura de empresas de vocação exportadora; (ii) ênfase nos aspectos logísticos de projetos a serem contemplados pelas PPPs (parcerias público-privadas); (iii) formação de recursos humanos especializados, no âmbito do setor privado, para a promoção comercial no exterior e a atração de IEDs (investimentos estrangeiros diretos), e (iv) fortalecimento da presença das micro e pequenas empresa mediante consórcios exportadores. Eis os primeiros, e elementares, passos rumo a uma nova inserção externa.

8) Qual então sua visão prospectiva para o Brasil?

            O Brasil ainda está em busca de um projeto articulado de poder ou prosperidade. Sua visão estratégica é mais geopolítica que geoeconômica. Sua idéia de prestígio está entrelaçada principalmente com o fortalecimento da ONU e a construção de uma Comunidade Sul-Americana de Nações, bem como a cooperação Sul-Sul, mas com pouca margem para além das “boas intenções” e relações "equilibradas". Tentativas levadas a cabo pelo Brasil de construir relações estratégicas, como a China ou a França, são unilaterais na maioria das vezes.

            A nova posição do Brasil nas relações internacionais virá de êxitos em setores específicos (agroenergia, mineração, perfuração e extração de petróleo offshore, aviões, conglomerados bancários gigantes e os efeitos multiplicadores para a indústria de serviços do investimento em infraestrutura). E, em grande medida, pelo novo status de potência petrolífera viabilizado pelas descobertas do pré-sal. Eis a grande janela de oportunidade, associada à economia da criatividade, para fazer as reformas internas, subir o investimento em P&D para 2% do PIB e internacionalizarmos a marca 'Brasil'. Assim, o País estaria inserido de forma definitiva no quadro das nações mais dinâmicas, prósperas e influentes do século XXI.

*Palestra co-patrocinada pelo David Rockefeller Center for Latin America Studies, Harvard-MIT Workshop on the Political Economy of Development in Brazil, e Sustainability Science Program, Harvard Kennedy School-HKS
Fonte: EXAME.COM

(Postado pelo responsável pelo Blog, Valéria Albuquerque da Silva - Pedagoga e Consultora Empresarial).

terça-feira, 14 de junho de 2011

Nanointervencionismo

Marcos Troyjo
Professor do IBMEC-RJ e pesquisador da Universidade Paris V - Sorbonne
O papel do Estado nas sociedades contemporâneas encontra-se em pronunciada transição. Transforma-se tanto a matriz francesa de divisão entre poderes como o modelo anglo-americano de freios e contrapesos (checks and balances). Hoje, em diferentes nações, o poder executivo julga, o legislativo executa e o judiciário legisla. Essa evolução não é necessariamente para melhor.
O espectro esquerda-direita, a nós legado pelos "Estados Gerais" que antecederam a Revolução Francesa, é demasiado simplificador para caracterizar o movimento com precisão. Já se diluíram fronteiras que assinalavam, à esquerda, a concepção de um Estado maior e mais intervencionista e, à direita, um Estado de menor presença no jogo socioeconômico e menos sensível à problemática social.
Os pólos liberal-conservador no plano econômico também se confundem com o renascimento das políticas de inspiração keynesiana no âmago da Grande Recessão de 2008. Autocracias de esquerda e direita são crescentemente mais raras. A Primavera Árabe varre décadas de absolutismos. Cuba e Coreia do Norte são exóticas exceções.
Por um lado, a trajetória desejada do Estado sinaliza que tamanho ou coloração ideológica são menos importantes para comunidades que se querem prósperas, justas e livres. O Estado tem de ser agil e garantidor de liberdades individuais. Eficiente e indutor.
Por outro, em muitos países, dentre eles o Brasil, o esvanecimento de macro-objetivos ideológicos, que povoaram sonhos românticos de políticos de todos os matizes, tem esvaziado agendas governamentais mais ambiciosas. Seu lugar é então ocupado por uma sanha regulatória que realça o pesadelo do Estado como fim, e não meio, da atividade humana.
A hipercodificação da vida de empresas e pessoas é a consequência. Não há nome melhor para essa tendência do que “Nanointervencionismo Estatal”.
Nos últimos 10 anos, o Brasil editou mais de 4 milhões de normas, ou seja, mais de 800 por dia. Uma norma a cada 2 minutos. Estabeleceram-se leis que prevêem multas para pedestres; pintar de amarelo fosforescente o rabo de animais que transitam à margem de estradas, ou ainda a criação de áreas para pouso de OVNIs (sim, é verdade, lei do município de Barra do Garças, em Mato Grosso).
A esfera individual, célula-mãe da noção de "Ocidente", passa a gravitar em torno do Estado. Não o Totalitarismo de inclinação soviética ou fascista. Não a negação do indivíduo em nome dos fins últimos de programas políticos messiânicos. Mas a submissão da pessoa aos nano-objetivos da burocracia.
Em vez da informação, a tutela. Em vez do conselho, o arbítrio. Um Estado de elevada presunção moral que trata o indivíduo como imbecil.
Hipernormatizar as atividades de empreender, empregar, fumar, beber, fazer amor passam a consumir cada vez mais recursos humanos e materiais do Estado. No Brasil, há 180 empregados públicos para cada funcionário engajado em tarefas clássicas do Estado (política comercial, política exterior, defesa) ou de importante indução (ciência e inovação tecnológica).
Os contornos desse novo Estado hipercodificador são economicamente ilógicos. Quanto mais tempo se passa às voltas com os nanointervencionismos, mais o Estado retroalimenta uma superpopulação de burocratas para formular essas regulações. Outra para efetivá-las e por elas velar. Mais uma para julgá-las. Ainda outra para auditá-las. Não há carga tributária que agüente.
Essa deseconomia contamina também o desempenho das empresas. Subtraem-se recursos do investimento produtivo para o acompanhamento e adequação às nanolegislações. Eis o Estado contemporâneo em sua pior combinação: gigantismo burocrático voltado à conquista de nano-objetivos.
A principal vítima dessa dualidade é a própria noção de liberdade. Ela passa, de forma acessória, a significar simplesmente aquilo que não é proibido. Em vez de garantir o espaço para criatividade, individualidade e tolerância – pilares que sustentam o conceito substantivo de liberdade.
Nesse contexto de micro arbítrios, deixa-se de lado algo além de produtividade e liberdade. A sociedade brasileira perde tempo. Fica para trás na disputada corrida entre as nações mais competitivas.

(Postado por Valéria Albuquerque)