Nossa Diretora: Valéria Albuquerque - Pedagoga Empresarial.

Nossa Diretora: Valéria Albuquerque - Pedagoga Empresarial.
"REAL CONSULTORIA & SERVIÇOS - SUA GARANTIA EM QUALIDADE, EFICIÊNCIA, ÉTICA E PROFISSIONALISMO!"

"MISSÃO, VISÃO E VALORES DA REAL CONSULTORIA & SERVIÇOS"

* MISSÃO:



- Realizar Serviços de Consultoria e Assessoria Empresarial, utilizando métodos modernos;



- Conduzir os Processos de Treinamento e Desenvolvimento, através de um trabalho, com
Tecnologias

Integradoras
, por uma Equipe Capacitada;

- Ajudar os Clientes a Planejarem, Redesenharem, Construírem e a Operarem suas empresas, em Sincronia com as Novas Tecnologias, Estratégias Eficazes, Novas Capacidades e Direções Estratégicas Inovadoras de Mercado.

* VISÃO:

- Conduzir Serviços de Consultoria e Assessoria de Qualidade, com Segurança, Discrição, Bom Gosto e Inovação na Gestão de Pessoas;

- Atuar no Mercado visando o crescimento Técnico, Profissional, baseado na Ética e Valores Morais, procurando fazer bem tudo aquilo a que se propuser;

- Atingir a Excelência no Treinamento e Desenvolvimento Pessoal e Profissional, servindo de referência em Consultoria no Brasil.

*VALORES:

- Comprometimento Ético;

- Igualdade de tratamento a todos;

- Justiça e Paz Social;

- Transparência nas Ações;

- Compromisso com o Serviço Profissional;

- Envolvimento com a Missão da Instituição;

- Valorização dos Integrantes da Instituição;

- Discrição e Responsabilidade.



Fale com a Real Consultoria e Serviços:

Nome

E-mail *

Mensagem *

REAL - Pensando, refletindo, criando, crescendo, voando mais alto...

"Determinar é - marcar tempo, fixar, definir, prescrever, ordenar, estabelecer, decretar, e decidir. É tomar posse da Bênção!"

(Missionário R.R. Soares)


"Quando você está inspirado por algum grande propósito, por algum projeto extraordinário, todos os seus pensamentos rompem seus vínculos: sua mente transcende as limitações, sua consciência se expande em todas as direções, e você se descobre em um mundo novo, grande e maravilhoso.
Forças, faculdades e talentos dormentes tornam-se vivos, e você percebe que é uma pessoa melhor, de jamais sonhou ser!"

(Patanjali)

Postagens mais visitadas

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Entrevista Marcos Troyjo ISTOÉ DINHEIRO: "BRICs: é preciso mexer em time que está ganhando'"



ECONOMIA

ONLINE | Economia | 20.ABR.12 - 21:00 | Atualizado em 20.04 - 21:44

'BRICs: é preciso mexer em time que está ganhando'

A afirmação é do economista e diplomata Marcos Troyjo, diretor do BRICLab, da Universidade Columbia, de Nova York, que acompanha o crescimento dos quatro países emergentes, entre eles o Brasil

Por Carla Jimenez
Assista à entrevista com o diretor do BRICLab, Marcos Troyjo
Em time que está ganhando se mexe, avisa o economista e diplomata Marcos Troyjo, diretor do BRICLab, da Universidade Columbia, de Nova York, que acompanha o crescimento dos quatro países emergentes, entre eles o Brasil. “OS BRIC são como um time de futebol que está em vantagem, mas que precisa ser mexido para que continue vencendo”, explica ele. Ou seja, aumentar investimentos em educação, pesquisa e desenvolvimento, e no fim do labirintos burocráticos, observa Troyjo. “Hoje o empresário brasileiro gasta menos tempo falando com sua cadeia de fornecedores e mais com seu contador, e advogado para entender cipoal tributário.”

DINHEIRO: O Brasil está indo bem na condução da sua política macroeconômica?
MARCOS TROYJO:
Há muitas razões para olhar o copo e dizer que está metade cheio, mas também há muitos motivos para dizer que ele está meio vazio. O Brasil tem muitas oportunidades. Só no pré-sal, a Petrobras investirá, nos próximos dez anos, o equivalente ao que a Nasa investiu nos dez anos mais produtivos na corrida espacial. Fora o que vem de outras áreas, como biotecnologia, por exemplo. Mas há muitas coisas que nós não estamos fazendo ainda.

DINHEIRO: O que você citaria que estamos fazendo certo?
TROYJO:
Estamos tendo mecanismos inovadores interna e externamente de distribuição de renda. Bolsa Família é um deles. Estamos fazendo certo em aplicar programa de renda mínima. Algo mais ligado a alívio da pobreza do que ao desenvolvimento. Nós acertamos ao escolher algumas macroáreas como agricultura, mineração e petróleo e gás, onde temos grandes vantagens comparativas e competitivas. Também temos uma gestão macroeconômica há 16 anos que é espartana, com Lei de Responsabilidade Fiscal, por exemplo, uma razoável autonomia de Banco Central, as meta de inflação, etc. O que há de novo hoje: há muito tempo nao tinhamos política industrial.

DINHEIRO: Nós temos política industrial consistente?
TROYJO:
Nós temos sim, sempre tivemos, de alguma forma. Mas na época em que predominavam os modelos do Consenso de Washington, mantinham-se as contas fiscais em aberto, os países tinham baixa poupança, etc. O principal pilar do Consenso, que era a idéia de que a solução de desenvolvimento viria de livres capitais, convidava à inexistência de política industrial, pois atores em si trabalhavam sob a idiea de que cabia ao mercado decidir.

DINHEIRO: E hoje?
TROYJO:
Como sucessor desse período e de mentalidade, há um duplo fenômeno. Há uma parte defensiva que é governar aumentando barreiras, estabelecendo cotas de importação, por exemplo, e subsídio ao produtor nacional. Isso é um perigo, menos inovador, e responde pontualmente à gritaria de um setor ou outro. Mas não é uma estratégia de longo prazo. Agora há um outro movimento no Brasil. O País testemunha o renascimento silencioso das chamadas políticas de substituição de importações, que eu chamo de ‘substituição de importações 2.0’.A versão anterior, a 1.0, digamos assim, é quando o economista argentino Raul Prebich e o brasileiro Celso Furtado pensaram num modelo diferente, levando em conta uma tendência internacional de depreciação de commodities. A questão era industrializar ou morrer.

DINHEIRO: O cenário era outro...
TROYJO:
Sim, os países não tinham poupança interna, não tinham base empreendedora nacional importante, não haviam insitituições de fomento, tudo estava por fazer. O jeito era criar uma política de contratação de poupança internacional, que é dívida externa e repassar para o ator local, e assim ele tinha os recursos necessários para se industrializar. E você protegia o ator local da competição internacional por um determinado tempo. Nesse modelo, há três caracteristicas básicas: além de ser sustentado por dívida externa, você gera moeda para obter dólar, e tem viés xenofóbico. Você tem de encontrar um parceiro local que faça o que o estrangeiro faria.

DINHEIRO: E a substituição 2.0?
TROYJO:
Como a nossa economia é voltada para o mercado interno, e se trata de um mercado muito vibrante, é preciso driblar as barreiras tarifárias para aproveitar essa vantagem. A única maneira de vender aqui é se ‘abrasileirar’. É diferente da China, onde toda empresa que entra é para se tornar uma grande plataforma de exportação. Aqui não, quem entra aqui é para atender ao mercado interno. Além da ponta do consumo da sociedade, há um fenômeno mais recente, que é o do poderosíssimo instrumento das compras governamentais ou das compras de empresas de economia mista.

DINHEIRO: Estamos indo bem nessa estratégia?
TROYJO:
Olha, há alguns exemplos malucos. A Petrobrás, por exemplo, precisa comprar 20 navios por ano, navios estes com autorização para cruzar continentes. O custo desses navios especiais giram em torno de US$ 75 milhões, US$ 80 milhões, dependendo da região que ele vai se movimentar. A Petrobrás vai pagar US$ 125 milhões. Ou seja, há um prêmio de US$ 45 milhões. Mas nessas especificações, 65% das embarcações têm de ser produzidas no Brasil. Precisa ter o soldador local, o engenheiro naval local, o sujeito que faz a terraplanagem localmente, e leva-se em conta os preços relativos no Brasil. Terras mais caras, infraestrutura de energia, etc.

DINHEIRO: Mas o que justifica esse prêmio de US$ 45 milhões sobre o preço médio internacional?
TROYJO:
50% dos US$ 45 milhões é curva de aprendizado para o Brasil. Em dez, 15 anos, cria-se um aprendizado que faz com que a oportunidade corra atrás desse conhecimento. Os outros 50% são os custos locais: trabalhista, fiscal, complexidade tributária no Brasil. O nome do jogo é ‘local-contentismo'.

DINHEIRO: Há uma choradeira geral sobre desindustrialização no Brasil. Estamos perdendo indústrias?
TROYJO:
Na verdade o Brasil está se reindustrializando em alguns setores, caso de petróleo e gás, logística, na cadeia agropecuária e na indústria naval.

DINHEIRO: Nós conseguimos mensurar quando isso começa a trazer o retorno efetivo para o país?
TROYJO:
Transformar-se num pólo industrial vai depender do que faremos com a nossa curva de aprendizado. Com 5% de PIB em educação dá para fazer isso? Não. E para aprender, você precisa de investimento em Pesquisa e Desenvolvimento. O Brasil está grudado há 25 anos no teto de 1% de investimento em P&D.

DINHEIRO: O que precisa mudar no Brasil?
TROYJO:
Qualquer setor manufatureiro no Brasil gasta menos tempo falando com sua cadeia de fornecedores e mais com seu contador, e advogado para entender cipoal tributário. é uma das coisas que não estamos fazendo. se este país investir 7,5% em educaçao, poupar 25% do pib, investir 2,5% em Ciência e tecnologia, e hoje há todas as condições para fazer isso, por causa do nosso ‘hedge’ do pré-sal. Se fosse assim, seríamos uma potência, podíamos ter uma renda per capita igual à da Espanha (US$ 29 mil), quase três vezes a nossa.

DINHEIRO: Privilegiar o conteúdo local tem recebido críticas, como uma fórmula protecionista que facilita a ineficiciência.
TROYJO:
A primeira pergunta que faço no curso que promovo em Columbia é: Os BRICs estão efetivamente emergindo? Todos dizem que sim. Mas estão subindo por quê? Eles estão ascendendo porque têm conseguido trabalhar políticas de atração de investimento para desenvolver conteúdo local.

DINHEIRO: Por que nós não conseguimos alcançar o status de plataforma de exportações, como outro países?
TROYJO:
Este é um tema que eu estudei muito. Pelas mais diferentes razões. Desde razões "lusoibéricas", a memória genética da monocultura de exportação ainda é muito presente. Se você tem uma cultura de exportação de poucos produtos, ou oligocultura, não é necessário ter uma pauta internacional brilhante. Não se é um país vendedor, é um país que é comprado. Isso é um fator histórico que explica coisas engraçadas. Somos um país de 190 milhões de pessoas e 8 empresas multinacionais. A Suécia é um país de 8 milhões de pessoas e tem 180 empresas multinacionais.

DINHEIRO: Os outros países do BRIC estão melhores que nós?
TROYJO:
A Rússia já teve o maior centro de cientistas. Em 1972, a URSS tinha um em cada 4 cientistas no mundo. Eles competiam na corrida especial, mas não conseguiam desenvolver um fogão para esquentar comida. A Rússia tem um problema demográfico hoje, muitos idosos. Tem um cheiro de fim de século, depressivo, de que o passado é mais glorioso que o presente e futuro será menos ainda. Um jovem de 20 anos na Rússia quer ir embora. Faz coisas lindas, na arquitetura, bons na arte, é um caso muito complexo. As pessoas não querem mais ter filhos, e além disso, carecem de transparência no Estado.

DINHEIRO: E a Índia?
TROYJO:
Um professor disse certa vez que a China era um civilização fingindo ser um país. Acho que a Índia também. É um pais tão grande, com escolas como o MIT, Oxford, tem um pólo de software, farmacêutico, e tem muito empreendedorismo, mais que a China, o Brasil, e a Rússia. A experiência de falar inglês massivamente os fez adquirir a cultura de venture capital, por exemplo. Mas eles também têm 800 milhões de pessoas qee vivem sob as limitações de regimes de castas. É um país, também, com características complicadas. Já teve problemas com a China, é país nuclear, e tem um vizinho nuclear que o odeia (Paquistão)...

DINHEIRO: E quanto à China?
TROYJO:
Ela está fazendo as coisas certas. Investe em educação, inovação. Em 2000, somente 0,6% ia para P&D. Hoje, investe 1,5%. Em 2025, serão 2%. Os Estados Unidos, por exemplo, investem 2,25%. O que eles aprenderam? As razões que os farão grandes fortes, poderosos e prestigiosos no futuro são razões diferentes que os tornaram mais fortes, poderosos e prestigiosos nesta década. No futebol dizemos: em time que está ganhando não se mexe. Mas para falar do futuro dos BRIC é exatamente o oposto. Um time que está ganhando e que precisa ser mexido para que continue vencendo. É porque está dando certo que você precisa mudar. Querem deixar de ser nação comerciante para investir mais em ciência e tecnologia. Querem menos crescimento do PIB mas com mais qualidade. Os chineses têm um plano. Ao contrário de nós: nós não temos um plano.

DINHEIRO: Então entre os quatro países, o mais pronto é a China?
TROYJO:
Há dados para sustentar isso. Trilhões de dólares de reserva, US$ 1,2 trilhão de exportações.

DINHEIRO: O Brasil não tem tantas reservas, por exemplo, mas está melhor do que no passado...
TROYJO
: Mas aí você está comparando o Brasil com ele mesmo. E aí é como bater o recorde sulamericano de natação. É bom, mas não é o recorde mundial. Mas se por um lado a China está bem preparada, ela tem desafios muito maiores de escala brutal. Os brasileiros são, entre aspas, “mais fáceis” de serem manejados. É só querer...
--
Marcos Troyjo
Director,
BRICLab
Adjunct Associate Professor of International and Public Affairs
Columbia University
International Affairs Building, 13th Floor
212-854-3213
mt2792@columbia.edu
 
(Postado por Valéria  Albuquerque/Real Consultoria e Serviços)
FINANCIAL TIMES
Brazil! Miracle or mirage?
April 24, 2012 beyondbrics

By Marcos Troyjo of Columbia University
The enthusiasm with which much of the world has viewed the Brazilian economy in recent years seems to have added an exclamation mark to the country’s name. Whenever someone in a foreign country asks where you are from and you say you’re Brazilian, your questioner will cheerfully exclaim: “Brazil!”.
No surprise then that Paul Krugman, a Nobel laureate in economics, affirmed during a conference in São Paulo a few days ago that Brazil “is the darling of global financial markets”.
This “Brazilmania” is due to a variety of reasons: Brazil’s competency in biofuels and its prospects of becoming an energy superpower with the pre-salt oil; conservatively responsible macroeconomic management; minimum wage policies that have improved the lives of millions; thriving agribusiness; its membership of the Brics group of emerging 21st century nations; a GDP ranking that places it among the world’s largest economies (turbo-powered by its overvalued exchange rate); and the country’s resilience during the twin crises of 2008 and 2011.
Brazilmania has been good for Brazil. It has strengthened national self-confidence. Brazilians rejoice in the certainty that “we are on the right road”; that from now on “no one is holding this country back”.
Nonetheless, perceptions of Brazil around the world have already begun to change. In recent months Brazil’s growth has been close to zero. This weak performance has been influenced by the effects of the severe 2011 European crisis. Yet it is indicative of the limitations of the present development model pursued by Brazil.
Let there be no mistake. The emergence of the Brazilian economy, though unfortunately falling short of its potential, is real and it is here to stay. It is no “mirage”. The period from 2003 to the present has been one of great achievements. But nor are these sufficient to characterize it as a “second Brazilian miracle”, as some would have it.
If truth be told, the “first” miracle, of 1968 to 1973, a period in which average annual growth in Brazil was greater than 11 per cent, should not have been called a “miracle” either.
At that time, as now, domestic savings in Brazil were low (under 20 per cent of GDP). The country depended then, as it does today, on abundant flows of financial capital and foreign direct investment (FDI) to sustain growth.
In times when the international economy expanded amid a cheap and abundant supply of credit, as in the transition from the 1960s to the 70s, it was easy to borrow money and finance growth.
On the domestic market, repressed demand powered along by solid inflows of capital worked together splendidly to produce an artificial impression of prosperity. The first oil shock in 1973, as we call it, broke the spell of the “miracle”.
Nowadays foreign credit is also available at low prices, as it was 40 years ago – though for different reasons. The mega-crises of 2008 and 2011 have forced the central banks of the northern hemisphere to lower their interest rates to zero.
With a comparatively high money market yield and a protected (though increasingly porous) domestic market formed under a reinterpretation of the import substitution policies of the past, Brazil once again ranks high among the preferred desintations for portfolio investment and FDI.
But in 2012 Brazil’s share of the global economy is essentially the same as the one it held in 2002 (2.9 per cent), when Brazil’s risk premium [the amount of interest it had to pay to borrow, above the rate for US Treasuries] exceeded 2,400 basis points and the world feared the country might follow the same path as Argentina in its socially and economically tragic currency crisis of 2001.
Brazil’s growth has been lower than the average achieved over the past decade by India, Russia and China or by its Latin American neighbours which, like Brazil, increasingly – and unfortunately – have also been characterized by the low labour productivity and by an “oligoculture” of a few agricultural and mineral commodities for export.
Brazil accounts for little more than 1 per cent of international trade (it was 2 per cent in 1950) and for the past two decades has found itself stalled with investment of only 1 per cent of GDP in research & development, an essential element in fulfilling the innovation imperative.
The social and economic accomplishments of the past decade are undeniable, particularly when it comes to social inclusion and the fight against poverty.
But Brazil’s rise is most impressive when compared with its own recent past or with its Latin American cousins. It is much less so when the comparison is with other global growth players, such as the Asian countries.
Brazil’s current local content policies, if not followed by the necessary parallel investments in training, education and R&D, will have less to do with enhancing an endogenous capacity to compete and more to do with protectionism plain and simple. While there has certainly been improvement in the lives of the poorest, the low productivity of the Brazilian worker is setting lower ceilings for future income gains.
As competitiveness is lost and the country deindustrialises faster than it reindustrialises (in sectors where local content rules have fostered investment) a high level of employment can only be maintained with new paternalist protection for local industries. Even more so as prices and production costs are absurdly high.
If nothing is done about the nightmare taxes, equal to nearly 40 per cent of GDP, and parochial labour regulations, they will continue to stifle Brazilian competitiveness and hold back the country’s potential for years to come. And there is obviously a limit to the the flow of FDI into Brazil geared towards setting up local operations, so that companies can gain the credentials needed to sell to the Brazilian government or to companies in which the government is a shareholder.
Consequently, Brazil ends up hailing itself for making the most out of an economy driven by domestic consumption (for how long?) and not by a trend toward savings and investment as a growing percentage of GDP.
As in the past, Brazil is using high interest rates and the overheated domestic market as countercyclical advantages. Recently, industrial policies based on ”local-contentism”, the hosting of mega-events such as the FIFA World Cup and the Olympics and its status as an energy superpower-to-be have added to the Brazilmania hype. They allow for more than simply a mirage of economic growth. But they are certainly not the magic ingredients of a miracle.
Marcos Troyjo is director of the BRICLab at Columbia University, where he teaches international affairs
(Postado por Valéria Albuquerque/Real Consultoria e Serviços)
FINANCIAL TIMES



Brazil! Miracle or mirage?

April 24, 2012 beyondbrics

By Marcos Troyjo of Columbia University
The enthusiasm with which much of the world has viewed the Brazilian economy in recent years seems to have added an exclamation mark to the country’s name. Whenever someone in a foreign country asks where you are from and you say you’re Brazilian, your questioner will cheerfully exclaim: “Brazil!”.
No surprise then that Paul Krugman, a Nobel laureate in economics, affirmed during a conference in São Paulo a few days ago that Brazil “is the darling of global financial markets”.
This “Brazilmania” is due to a variety of reasons: Brazil’s competency in biofuels and its prospects of becoming an energy superpower with the pre-salt oil; conservatively responsible macroeconomic management; minimum wage policies that have improved the lives of millions; thriving agribusiness; its membership of the Brics group of emerging 21st century nations; a GDP ranking that places it among the world’s largest economies (turbo-powered by its overvalued exchange rate); and the country’s resilience during the twin crises of 2008 and 2011.
Brazilmania has been good for Brazil. It has strengthened national self-confidence. Brazilians rejoice in the certainty that “we are on the right road”; that from now on “no one is holding this country back”.
Nonetheless, perceptions of Brazil around the world have already begun to change. In recent months Brazil’s growth has been close to zero. This weak performance has been influenced by the effects of the severe 2011 European crisis. Yet it is indicative of the limitations of the present development model pursued by Brazil.
Let there be no mistake. The emergence of the Brazilian economy, though unfortunately falling short of its potential, is real and it is here to stay. It is no “mirage”. The period from 2003 to the present has been one of great achievements. But nor are these sufficient to characterize it as a “second Brazilian miracle”, as some would have it.
If truth be told, the “first” miracle, of 1968 to 1973, a period in which average annual growth in Brazil was greater than 11 per cent, should not have been called a “miracle” either.
At that time, as now, domestic savings in Brazil were low (under 20 per cent of GDP). The country depended then, as it does today, on abundant flows of financial capital and foreign direct investment (FDI) to sustain growth.
In times when the international economy expanded amid a cheap and abundant supply of credit, as in the transition from the 1960s to the 70s, it was easy to borrow money and finance growth.
On the domestic market, repressed demand powered along by solid inflows of capital worked together splendidly to produce an artificial impression of prosperity. The first oil shock in 1973, as we call it, broke the spell of the “miracle”.
Nowadays foreign credit is also available at low prices, as it was 40 years ago – though for different reasons. The mega-crises of 2008 and 2011 have forced the central banks of the northern hemisphere to lower their interest rates to zero.
With a comparatively high money market yield and a protected (though increasingly porous) domestic market formed under a reinterpretation of the import substitution policies of the past, Brazil once again ranks high among the preferred desintations for portfolio investment and FDI.
But in 2012 Brazil’s share of the global economy is essentially the same as the one it held in 2002 (2.9 per cent), when Brazil’s risk premium [the amount of interest it had to pay to borrow, above the rate for US Treasuries] exceeded 2,400 basis points and the world feared the country might follow the same path as Argentina in its socially and economically tragic currency crisis of 2001.
Brazil’s growth has been lower than the average achieved over the past decade by India, Russia and China or by its Latin American neighbours which, like Brazil, increasingly – and unfortunately – have also been characterized by the low labour productivity and by an “oligoculture” of a few agricultural and mineral commodities for export.
Brazil accounts for little more than 1 per cent of international trade (it was 2 per cent in 1950) and for the past two decades has found itself stalled with investment of only 1 per cent of GDP in research & development, an essential element in fulfilling the innovation imperative.
The social and economic accomplishments of the past decade are undeniable, particularly when it comes to social inclusion and the fight against poverty.
But Brazil’s rise is most impressive when compared with its own recent past or with its Latin American cousins. It is much less so when the comparison is with other global growth players, such as the Asian countries.
Brazil’s current local content policies, if not followed by the necessary parallel investments in training, education and R&D, will have less to do with enhancing an endogenous capacity to compete and more to do with protectionism plain and simple. While there has certainly been improvement in the lives of the poorest, the low productivity of the Brazilian worker is setting lower ceilings for future income gains.
As competitiveness is lost and the country deindustrialises faster than it reindustrialises (in sectors where local content rules have fostered investment) a high level of employment can only be maintained with new paternalist protection for local industries. Even more so as prices and production costs are absurdly high.
If nothing is done about the nightmare taxes, equal to nearly 40 per cent of GDP, and parochial labour regulations, they will continue to stifle Brazilian competitiveness and hold back the country’s potential for years to come. And there is obviously a limit to the the flow of FDI into Brazil geared towards setting up local operations, so that companies can gain the credentials needed to sell to the Brazilian government or to companies in which the government is a shareholder.
Consequently, Brazil ends up hailing itself for making the most out of an economy driven by domestic consumption (for how long?) and not by a trend toward savings and investment as a growing percentage of GDP.
As in the past, Brazil is using high interest rates and the overheated domestic market as countercyclical advantages. Recently, industrial policies based on ”local-contentism”, the hosting of mega-events such as the FIFA World Cup and the Olympics and its status as an energy superpower-to-be have added to the Brazilmania hype. They allow for more than simply a mirage of economic growth. But they are certainly not the magic ingredients of a miracle.
Marcos Troyjo is director of the BRICLab at Columbia University, where he teaches international affairs
FINANCIAL TIMES
 
Brazil! Miracle or mirage?
April 24, 2012 beyondbrics

By Marcos Troyjo of Columbia University
The enthusiasm with which much of the world has viewed the Brazilian economy in recent years seems to have added an exclamation mark to the country’s name. Whenever someone in a foreign country asks where you are from and you say you’re Brazilian, your questioner will cheerfully exclaim: “Brazil!”.
No surprise then that Paul Krugman, a Nobel laureate in economics, affirmed during a conference in São Paulo a few days ago that Brazil “is the darling of global financial markets”.
This “Brazilmania” is due to a variety of reasons: Brazil’s competency in biofuels and its prospects of becoming an energy superpower with the pre-salt oil; conservatively responsible macroeconomic management; minimum wage policies that have improved the lives of millions; thriving agribusiness; its membership of the Brics group of emerging 21st century nations; a GDP ranking that places it among the world’s largest economies (turbo-powered by its overvalued exchange rate); and the country’s resilience during the twin crises of 2008 and 2011.
Brazilmania has been good for Brazil. It has strengthened national self-confidence. Brazilians rejoice in the certainty that “we are on the right road”; that from now on “no one is holding this country back”.
Nonetheless, perceptions of Brazil around the world have already begun to change. In recent months Brazil’s growth has been close to zero. This weak performance has been influenced by the effects of the severe 2011 European crisis. Yet it is indicative of the limitations of the present development model pursued by Brazil.
Let there be no mistake. The emergence of the Brazilian economy, though unfortunately falling short of its potential, is real and it is here to stay. It is no “mirage”. The period from 2003 to the present has been one of great achievements. But nor are these sufficient to characterize it as a “second Brazilian miracle”, as some would have it.
If truth be told, the “first” miracle, of 1968 to 1973, a period in which average annual growth in Brazil was greater than 11 per cent, should not have been called a “miracle” either.
At that time, as now, domestic savings in Brazil were low (under 20 per cent of GDP). The country depended then, as it does today, on abundant flows of financial capital and foreign direct investment (FDI) to sustain growth.
In times when the international economy expanded amid a cheap and abundant supply of credit, as in the transition from the 1960s to the 70s, it was easy to borrow money and finance growth.
On the domestic market, repressed demand powered along by solid inflows of capital worked together splendidly to produce an artificial impression of prosperity. The first oil shock in 1973, as we call it, broke the spell of the “miracle”.
Nowadays foreign credit is also available at low prices, as it was 40 years ago – though for different reasons. The mega-crises of 2008 and 2011 have forced the central banks of the northern hemisphere to lower their interest rates to zero.
With a comparatively high money market yield and a protected (though increasingly porous) domestic market formed under a reinterpretation of the import substitution policies of the past, Brazil once again ranks high among the preferred desintations for portfolio investment and FDI.
But in 2012 Brazil’s share of the global economy is essentially the same as the one it held in 2002 (2.9 per cent), when Brazil’s risk premium [the amount of interest it had to pay to borrow, above the rate for US Treasuries] exceeded 2,400 basis points and the world feared the country might follow the same path as Argentina in its socially and economically tragic currency crisis of 2001.
Brazil’s growth has been lower than the average achieved over the past decade by India, Russia and China or by its Latin American neighbours which, like Brazil, increasingly – and unfortunately – have also been characterized by the low labour productivity and by an “oligoculture” of a few agricultural and mineral commodities for export.
Brazil accounts for little more than 1 per cent of international trade (it was 2 per cent in 1950) and for the past two decades has found itself stalled with investment of only 1 per cent of GDP in research & development, an essential element in fulfilling the innovation imperative.
The social and economic accomplishments of the past decade are undeniable, particularly when it comes to social inclusion and the fight against poverty.
But Brazil’s rise is most impressive when compared with its own recent past or with its Latin American cousins. It is much less so when the comparison is with other global growth players, such as the Asian countries.
Brazil’s current local content policies, if not followed by the necessary parallel investments in training, education and R&D, will have less to do with enhancing an endogenous capacity to compete and more to do with protectionism plain and simple. While there has certainly been improvement in the lives of the poorest, the low productivity of the Brazilian worker is setting lower ceilings for future income gains.
As competitiveness is lost and the country deindustrialises faster than it reindustrialises (in sectors where local content rules have fostered investment) a high level of employment can only be maintained with new paternalist protection for local industries. Even more so as prices and production costs are absurdly high.
If nothing is done about the nightmare taxes, equal to nearly 40 per cent of GDP, and parochial labour regulations, they will continue to stifle Brazilian competitiveness and hold back the country’s potential for years to come. And there is obviously a limit to the the flow of FDI into Brazil geared towards setting up local operations, so that companies can gain the credentials needed to sell to the Brazilian government or to companies in which the government is a shareholder.
Consequently, Brazil ends up hailing itself for making the most out of an economy driven by domestic consumption (for how long?) and not by a trend toward savings and investment as a growing percentage of GDP.
As in the past, Brazil is using high interest rates and the overheated domestic market as countercyclical advantages. Recently, industrial policies based on ”local-contentism”, the hosting of mega-events such as the FIFA World Cup and the Olympics and its status as an energy superpower-to-be have added to the Brazilmania hype. They allow for more than simply a mirage of economic growth. But they are certainly not the magic ingredients of a miracle.
Marcos Troyjo is director of the BRICLab at Columbia University, where he teaches international affairs
 
Financial Times
Brasil! Milagre ou miragem?
24 de abril de 2012 beyondbrics
Por Marcos Troyjo da Universidade de Columbia
O entusiasmo com que grande parte do mundo viu a economia brasileira nos últimos anos parece ter acrescentado um ponto de exclamação do nome do país. Sempre que alguém em um país estrangeiro pergunta de onde você é e você diz que é brasileiro, sua pergunta será alegremente exclamar: "Brasil!".
Não é surpresa então que Paul Krugman, ganhador do Nobel em economia, afirmou durante uma conferência em São Paulo há poucos dias que o Brasil "é o queridinho dos mercados financeiros globais".
Este "Brazilmania" é devido a uma variedade de razões: competência do Brasil em biocombustíveis e suas perspectivas de se tornar uma superpotência energética com o óleo do pré-sal, a gestão responsável conservadora macroeconômica, as políticas de salário mínimo que melhoraram as vidas de milhões; agronegócio pujante; sua participação no grupo Bric de países emergentes do século 21, um ranking de PIB que o coloca entre as maiores economias do mundo (turbo-alimentado pela sua taxa de câmbio sobrevalorizada), e resiliência do país durante as crises gêmeas de 2008 e 2011.
Brazilmania tem sido bom para o Brasil. Ele reforçou a autoconfiança nacional. Brasileiros se regozijam, na certeza de que "estamos no caminho certo", que a partir de agora "ninguém está segurando este país de volta".
No entanto, a percepção do Brasil em todo o mundo já começaram a mudar. Nos últimos meses, o crescimento do Brasil tem sido próximo de zero. Este fraco desempenho foi influenciado pelos efeitos da crise 2011 grave Europeia. No entanto, é indicativo das limitações do atual modelo de desenvolvimento perseguido pelo Brasil.
Que não haja engano. O surgimento da economia brasileira, embora, infelizmente, aquém do seu potencial, é real e está aqui para ficar. Não é "miragem". O período de 2003 até o presente tem sido uma das grandes conquistas. Mas nem estes são suficientes para caracterizá-lo como um "segundo milagre brasileiro", como querem alguns.
Se a verdade seja dita, o milagre "primeiro", de 1968 a 1973, período em que o crescimento médio anual no Brasil foi maior do que 11 por cento, não deveria ter sido chamado de "milagre" qualquer um.
Naquela época, como agora, a poupança interna no Brasil foram baixos (menos de 20 por cento do PIB). O país dependia então, como hoje, sobre os fluxos abundantes de capital financeiro e do investimento directo estrangeiro (IDE) para sustentar o crescimento.
Em tempos em que a economia internacional expandida em meio a uma oferta barata e abundante de crédito, como na transição dos anos 1960 aos anos 70, era fácil tomar dinheiro emprestado e crescimento financeiro.
No mercado interno, demanda reprimida ao longo alimentado por fluxos de sólidos de capital trabalharam juntos esplendidamente para produzir uma impressão artificial de prosperidade. O primeiro choque do petróleo em 1973, como o chamamos, quebrou o encanto do "milagre".
Atualmente crédito externo também está disponível a preços baixos, como era há 40 anos - embora por razões diferentes. As crises mega de 2008 e 2011 forçaram os bancos centrais do hemisfério norte para reduzir suas taxas de juros para zero.
Com um rendimento relativamente alto do mercado monetário e de um mercado protegido (embora cada vez mais porosa) interna formada sob uma reinterpretação das políticas de substituição de importações do passado, o Brasil mais uma vez ocupa altos entre os desintations preferidos para investimento de carteira e IDE.
Mas em partes 2012 do Brasil da economia global é essencialmente o mesmo que o que detinha em 2002 (2,9 por cento), quando prémio de risco do Brasil [o montante dos juros que tinha que pagar para emprestar, acima da taxa por títulos do Tesouro dos EUA] excedeu 2.400 pontos de base e do mundo temia o país poderia seguir o mesmo caminho que a Argentina em sua crise de moeda social e economicamente trágico de 2001.
O crescimento do Brasil tem sido inferior à média alcançada na última década pela Índia, Rússia e China ou por seus vizinhos latino-americanos que, como o Brasil, cada vez mais - e infelizmente - também têm sido caracterizados pela baixa produtividade do trabalho e por um "oligoculture" de algumas commodities agrícolas e minerais para exportação.
O Brasil responde por pouco mais de 1 por cento do comércio internacional (era 2 por cento em 1950) e para as duas últimas décadas viu-se bloqueada com investimento de apenas 1 por cento do PIB em pesquisa e desenvolvimento, um elemento essencial no cumprimento o imperativo da inovação.
As realizações sociais e econômicas da última década são inegáveis, sobretudo quando se trata de inclusão social e luta contra a pobreza.
Mas a ascensão do Brasil é mais impressionante quando comparado com o seu próprio passado recente ou com os seus primos da América Latina. É muito menos quando a comparação é com outros jogadores de crescimento global, como os países asiáticos.
Atuais do Brasil políticas de conteúdo local, se não forem seguidos pelos investimentos necessários paralelas em formação, educação e I & D, terá menos a ver com o reforço da capacidade endógena para competir e mais a ver com protecionismo puro e simples. Embora tenha sido certamente melhoria na vida dos mais pobres, a baixa produtividade do trabalhador brasileiro está estabelecendo limites máximos inferiores para os ganhos de renda no futuro.
Como a competitividade é perdida eo país deindustrialises mais rápido do que reindustrialises (em setores onde as regras de conteúdo local têm incentivado o investimento) um elevado nível de emprego só pode ser mantida com a proteção paternalista novo para as indústrias locais. Ainda mais quando os preços e custos de produção são absurdamente alta.
Se nada for feito sobre os impostos de pesadelo, o equivalente a quase 40 por cento do PIB, e paroquiais regulamentação do trabalho, eles vão continuar a asfixiar a competitividade brasileira e reter o potencial do país para os próximos anos. E há, obviamente, um limite para o fluxo de IED no Brasil voltada para a criação de operações locais, para que as empresas podem obter as credenciais necessárias para vender ao governo brasileiro ou a sociedades em que o governo é acionista.
Consequentemente, o Brasil termina saudando-se para fazer o máximo proveito de uma economia impulsionada pelo consumo interno (por quanto tempo?) E não por uma tendência para a poupança eo investimento como uma percentagem crescente do PIB.
Tal como no passado, o Brasil está usando altas taxas de juros eo mercado interno superaquecido como vantagens anticíclicas. Recentemente, as políticas industriais baseadas em "contentism-local", o acolhimento de mega-eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas e seu status como uma superpotência da energia-a-ser ter acrescentado ao hype Brazilmania. Eles permitem mais do que simplesmente uma miragem do crescimento econômico. Mas eles certamente não são os ingredientes mágicos de um milagre.
Marcos Troyjo é diretor do BRICLab na Universidade de Columbia, onde ensina assuntos internacionais
Leitura relacionados:Mensagem do cliente: 'local-contentism' eo choque de competitividade, beyondbricsBrasil México 2: México vence mais uma vez, beyondbrics12 para 2012: a importação do Brasil substituição industrialização 2.0, beyondbricsMedos ascensão do protecionismo global, FT

Tags: Brasil, economia hóspede post
Postado no Brasil, América Latina | Link permanente
http://blogs.ft.com/beyond-brics/2012/04/24/guest-post-brazil-miracle-or-mirage/
(Postado por - Valéria Albuquerque/Real Consultoria e Serviços) 

quinta-feira, 29 de março de 2012

Segundo "Milagre Brasileiro"?

                                Segundo "Milagre Brasileiro"?

Marcos Troyjo
Diretor do BRICLab da Universidade Columbia e professor do IBMEC

Não há dúvida de que o baixo crescimento da economia brasileira em 2011 resultou – dentre outros fatores – dos reflexos da grave crise européia. No entanto, ele evidencia mais ainda os limites do atual modelo de crescimento brasileiro. O período de 2003 até o presente foi de grandes conquistas. Estas, contudo não são suficientes, como querem alguns, para caracterizá-lo como sendo um “segundo Milagre Brasileiro”.

                A bem da verdade, o "primeiro" (1968-1973), período em que o crescimento médio anual experimentado pelo Brasil foi superior a 11% do PIB, tampouco deveria ter recebido o nome de "Milagre". À época, como agora, o Brasil tinha escassa poupança interna. Dependia, como nos dias de hoje, de abundantes fluxos de empréstimos financeiros e de investimentos estrangeiros diretos (IEDs) para sustentar seu crescimento.

                Em tempos de expansão da economia internacional e crédito externo abundante e barato, como na virada dos 1960-70, era fácil endividar-se para financiar o crescimento. Mercado interno de demandas reprimidas e influxos maciços de capital combinaram-se perfeitamente para produzir uma artificial sensação de prosperidade. O primeiro choque do Petróleo, como sabemos, desencantou o “Milagre”.

               Agora, como há 40 anos, crédito externo também encontra-se disponível e a preços baixos – embora por razões distintas. As megacrises de 2008 e 2011 forçaram os bancos centrais do hemisfério norte a avizinhar suas taxas de juros a zero. Com uma comparativamente elevada remuneração do dinheiro e um mercado interno protegido (embora cada vez mais poroso) por uma reinterpretação da política de substituição de importações, o Brasil tem mais uma vez ponteado preferências de investimentos de portifólio e IEDs.

               O Brasil de 2012 ocupa a mesma fatia da economia mundial que detinha em 2002 (2,90%). Seu crescimento é também inferior à média do período atingida por Índia e China, ou por seus vizinhos latino-americanos que, como o Brasil, crescente – e infelizmente – também têm se caracterizado por baixa prpditovidade e pela oligocultura (poucas commodities agrícolas e minerais) de exportação.

               Nenhum, no entanto, dentre Rússia, Índia, China ou demais latino-americanos, galgou tantas posições no ranking do PIB mundial graças à apreciação pura e simples de sua moeda no período 2003-até hoje.

               O Brasil ocupa hoje pouco mais de 1% do comercio internacional (eram 2% em 1950) e encontra-se há mais de duas décadas estacionado no investimento de apenas 1% do PIB em Pesquisa & Desenvolvimento, um dos pilares essenciais do imperativo da inovação.

             As realizações socioeconômicas da última década são inegáveis, sobretudo nos resultados de combate à pobreza e inclusão social, que promoveram a ascensão de 40 milhões de pessoas. Mas tal ascensão é mais impressionante quando o Brasil se compara com ele próprio ou com seus primos latino-americanos. Muito menos quando a comparação é com outros focos globais de crescimento, como os asiáticos.

              Longe de um novo Milagre Econômico, o Brasil arrisca-se mais uma vez a comportar-se como “país-sanfona” – expansão e contração de sua economia ao sabor da conjuntura internacional e das vacilações na definição de um rumo estratégico.

Brasil Econômico, 27.3.2012

--
Marcos Troyjo
Director,
BRICLab
Adjunct Associate Professor of International and Public Affairs
Columbia University
International Affairs Building, 13th Floor
212-854-3213
mt2792@columbia.edu

(Postado por Valéria Albuquerque - Real Consultoria e Serviços)

'Vedomosti', principal jornal de Economia da Rússia, traz entrevista com Marcos Troyjo

'Vedomosti', principal jornal de Economia da Rússia, traz entrevista com Marcos Troyjo

O jornal russo “Vedomosti", principal diário econômico da Rússia, entrevistou em Moscou o brasileiro Marcos Troyjo, professor do IBMEC, no Rio de Janeiro, e diretor do BRICLab da Universidade Columbia, em Nova York. A entrevista saiu em página inteira e foi reproduzida no site do importante jornal moscovita.

A seguir, os pontos mais importantes da fala de Marcos Troyjo aos repórteres do “Vedomosti”.

Vedomosti – Marcos Troyjo, qual a relevância do termo BRIC? Ele já não estaria obsoleto? Nos últimos tempos, alguns especialistas garantem que a Rússia não deveria fazer parte do grupo.

Marcos Troyjo – Eu discordo completamente daqueles que buscam excluir a Rússia do grupo. O BRIC não é um bloco econômico, nem um projeto de integração regional, nem uma organização internacional, nem uma plataforma para alcançar consenso nas relações internacionais. Também não constitui uma parte de outra organização, como a ONU ou a Organização Mundial do Comércio. O que seria o BRIC? É uma categoria que permite entender a mudança de paradigma do sistema internacional. Quando falo de mudança, não falo somente de critérios econômicos. Aliás, mesmo se julgarmos por estes, não se pode excluir a Rússia do BRIC, visto que, por exemplo, possui o PIB per capita mais alto entre esses quatro países. Como ignorá-la? É o maior país do mundo, sua população tem quase 150 milhões de pessoas, é uma potência nuclear, membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, é o maior produtor de petróleo do mundo. 20% dos pesquisadores do mundo são russos, visto que a Rússia gasta uma parte significativa do seu PIB em pesquisas e desenvolvimento. É claro que a Rússia é uma parte integrante do BRIC.

Vedomosti – Não seria válido enquadrar outros países nessa categoria?

Marcos Troyjo – Existe um grande grupo de países em desenvolvimento, se é que ainda podemos chamá-los de países em desenvolvimento. O próprio Jim O'Neill, criador do nome do grupo, os chama de mercados de crescimento, economias em crescimento. Acredito que ele esteja certo: trata-se de países que são a maior fonte de crescimento mundial. Nesse grande grupo existem países que diferem muito entre si, no que diz respeito ao território, população, política externa, ambição e economia. Entre eles, existem os países líderes, constituídos por Brasil, Rússia, Índia e China, e há ainda outros países que também são importantes, mas esses não se equiparam com os líderes da categoria. Por exemplo, uma vez por ano acontece o fórum de consulta política dos BRICS, incluindo a África do Sul aos quatro países que originaram o grupo. No Brasil, o Estado do Rio de Janeiro, até o final do ano, terá um PIB igual ao da África do Sul inteira. Mas no Brasil existem 27 Estados. Como se pode incluir a África do Sul nessa categoria? A questão é que, por motivos políticos, por exemplo, o Brasil quer se tornar membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, e, para isso, precisa do apoio dos países africanos; Por isso, pode incluir a África do Sul no fórum de consultas políticas. Mas se nos basearmos em evidências de mudanças no equilíbrio de forças do mundo, podemos considerar apenas o BRIC.

Vedomosti – Num artigo sobre as metas da economia da Rússia, Vladimir Putin escreveu que após a queda do bloco soviético a Rússia deveria se encaixar na Divisão Internacional do Trabalho, pela qual grandes centros têm se desenvolvido sem a inclusão da Rússia, ainda mais aqueles que se formaram em oposição à União Soviética. Mas o mesmo pode ser dito da China. No entanto, agora a Rússia é basicamente um país petroleiro, e a China é a principal potência industrial do mundo. Por que esses dois países tiveram destinos tão diferentes?

Marcos Troyjo – A diferença é explicada pelo fato de que no final dos anos 1970 a China desenvolveu e realizou um projeto estratégico para melhorar o bem-estar e a prosperidade. Isso foi um projeto muito bem formulado e gradual, que foi muito bem aceito pelas condições internacionais da época e as mudanças mundiais nos 30 anos seguintes. A Rússia não fez nada parecido. Como foi construído o modelo chinês? Devido ao fato de os esforços da geopolítica dos Estados Unidos serem direcionados ao comunismo, por terem interesse em derrubar o regime soviético, os norte-americanos tiveram interesse em criar uma tensão entre Moscou e Pequim. Em 1979, a China foi a nação mais favorecida em termos comerciais pelos Estados Unidos. Isso significa que os bens produzidos na China seriam tratados no mercado dos Estados Unidos como norte-americanos. Mas a China não apenas ganhou acesso ao maior mercado do mundo. Ela criou um clima de negócios muito favorável, estimulando o desenvolvimento de parcerias público-privadas (PPP) para a construção de infraestrutura pública; teve baixos índices de imposto de renda e imposto sobre os lucros das empresas; alocou ações de empresas que trabalham no continente. Graças a isso, a China começou a sugar os investimentos de empresas de manufatura do mundo inteiro, que buscavam acesso à parceria público-privada chinesa e ao mercado norte-americano. E não se pode esquecer da enorme vantagem competitiva da China, que tem uma mão de obra muito barata (que, com o tempo, é claro, se reduziu). Os chineses realizaram um modelo que chamo em meus livros de modelo da “Nação Comerciante”. Esse país disse pra si mesmo: o crescimento será resultado da exportação; o comércio será seu instrumento, com a ajuda do qual criaremos um grande excedente e obteremos recursos substanciais para o investimento interno no país. Além disso, a China teve uma folga nas questões geopolíticas. Naquele tempo, como o mundo continuava com a Guerra Fria e as oposições geopolíticas ficavam mais afiadas, os chineses disseram: “Vocês podem continuar com tudo isso sem nós, pois nós temos a nossa própria questão importante a resolver, nós estamos construindo uma gigantesca base industrial, orientada para exportação.” A Rússia agiu assim? Não. O Brasil? Não.

Vedomosti – É por que eles possuem recursos naturais? Marcos Troyjo – Não só por isso. É uma questão da construção de um modelo, desenvolvimento de uma estratégia. As três questões mais importantes para os países do BRIC: 1) se existe ou não um projeto de aumento de influência, seja política ou militar; 2) se existe ou não um projeto de aumentar o bem-estar; 3) se existe ou não um projeto de aumento de prestígio. Se implementar apenas o primeiro projeto, o chamado “Hard Power”, o que num sentido particular é bem característico da Rússia e, num maior grau, da União Soviética, o país terá problemas; são imprescindíveis os outros dois projetos. A China pelo 33.º ano consecutivo realiza um projeto estratégico de aumento da prosperidade; e ela cresce na China. Este projeto é em grande parte baseado no modelo de "nação comerciante". Dentre os países que se utilizaram desse modelo (é claro, com algumas alterações) como fonte de crescimento, a Alemanha e o Japão após a Segunda Guerra Mundial e os Tigres Asiáticos, incluindo, é claro, a Coreia do Sul, foram os mais bem sucedidos. Já os países que buscaram alcançar seu status no sistema internacional muito por causa da influência geopolítica, como Cuba, Coreia do Norte e, em certa medida, a Rússia, estão atrasados.

Vedomosti – O que a Rússia deve fazer, considerando que o modelo de nação comerciante está perdendo seu apelo por causa da crise dos consumidores ocidentais, que vão comprar menos do que nos anos 1990 e nos anos 2000?

Marcos Troyjo – O que vou dizer agora é importante para a Rússia e para o Brasil. Você chamou a Rússia de país petroleiro; o Brasil também é, em certa medida, um país petroleiro e de biocombustíveis. Em ambos os casos, a questão é a dependência de um país de matérias-primas e recursos naturais. Isso é ruim? Não necessariamente. A questão gira em torno da maneira de utilizá-los. O modelo de crescimento moderno no Brasil sugere que sua riqueza de matéria-prima é um dos principais trampolins para o crescimento econômico, e esse modelo é necessário para mudar o DNA da sociedade econômica brasileira. Para mudar esse DNA é preciso uma vontade política, é preciso um plano, mas precisa-se de recursos. Estes são raros, mas o Brasil e a Rússia os possuem. Esses países recebem grandes lucros da venda de petróleo e podem investir esses lucros nos setores com alto valor agregado, para realizar um crescimento econômico de longo prazo. Acredito que um dos modelos que vão se formular tanto na Rússia quanto no Brasil é uma nova forma de substituição de importações. O poder de compra do Estado será usado como isca para as empresas estrangeiras, para que elas abram uma produção local. Esse cenário pode ser chamado de protecionismo no sentido em que a principal tendência da economia mundial no período de recuperação é marcada por uma política de contenção. Em vez de comprar uma camiseta chinesa, vocês vão pagar um pouco mais caro pela camiseta costurada na Rússia. Ou vão comprar a camiseta de uma empresa chinesa, mas produzida na Rússia. A política orçamentária e industrial do governo vai procurar estimular a produção local. Isso, na minha opinião, vai acontecer na Rússia, no Brasil e na China.

Vedomosti – Isso significa que precisamos atrair ativamente os investidores estrangeiros?

Marcos Troyjo – Certamente

Vedomosti – Em relação a isso, quais são os obstáculos para a Rússia?

Marcos Troyjo – Falta de confiança, de uma política industrial clara e coerente, de incentivos para as empresas estrangeiras abrirem sua produção na Rússia, a ausência de grandes projetos implementados pelo governo, nos quais empresas estrangeiras poderiam desempenhar um papel significativo, criando capacidade de produção. Outra coisa importante é a falta de transparência. Não é que regras não existam – elas só não são conhecidas ou são incompreensíveis. Eu gostei do discurso do Vladimir Putin no Fórum Rússia, onde ele anunciou planos para melhorar o clima de investimentos e de negócios. Pode-se gostar ou não do Putin, mas ele tem autoridade, poder e capital político. A Rússia possui um conjunto de medidas, um plano do que deve ser feito. Se unir o capital político com esse conjunto de medidas, a situação pode se transformar. Mas para alcançar isso, é imprescindível mais um elemento: vontade política. Sem esta, vai continuar tudo igual.

Diário da Rússia,


(Postado por Valéria Albuquerque - Real Consultoria e Serviços)

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Novidades sobre Marcos Troyjo

Notas - 07/01/2012 - 18h17


Artigo de Marcos Troyjo lidera lista dos Mais Lidos do Financial Times

Com o artigo "Brazil's import substitution industrialisation 2.0', o brasileiro Marcos Troyjo, Diretor do BRICLab da Columbia University e colunista da VOTO, lidera a lista dos textos mais lidos da semana no site do jornal britânico 'Financial Times', uma das mais importantes publicações de economia e negócios do mundo.
Marcos Troyjo (Foto Divulgação)Marcos Troyjo
O artigo integra a série '12 for 2012' que a seção de mercados emergentes do 'Financial Times' (beyondbrics) veicula com análises sobre as principais economias em crescimento neste ano. No texto, Troyjo argumenta que o Brasil assiste o renascimento silencioso da política de Industrialização de Substituição de Importações, que ele classifica de "ISI 2.0".

Para Troyjo, a "ISI 2.0 reinterpreta e atualiza o conceito de nacionalismo e é o parâmetro de como o Estado no Brasil protege, incentiva e compra. Em vez do mero incentivo a empreendedores brasileiros, a ISI 2.0 convida à 'brazileirização' de empresas que queiram aproveitar o potencial do mercado brasileiro por meio da robusta ferramenta de indução de compras governamentais".

No artigo do 'Financial Times', Troyjo adverte que esse modelo é vulnerável ao longo do tempo. "Precisa que a poupança internacional na forma de IEDs transfira-se de forma volumosa ainda por muitos anos.", prevê. Troyjo conclui que para a estratégia funcionar, "além das reformas estruturais, será preciso gerar rápidos ganhos de produtividade por ciclos de aprendizado mais curtos e assim promover a harmonização da capacidade brasileira de competir globalmente".

Fundado em 1888, o 'Financial Times' tem circulação conjunta entre impresso e digital de 600 mil exemplares diários, com cerca de 2,1 milhão de leitores. O jornal é impresso simultaneamente em 23 cidades no mundo e seu site registra mais de 4 milhões de usuários.

O artigo pode ser lido no link http://blogs.ft.com/beyond-brics/2012/01/02/12-for-2012-brazils-import-substitution-2-0/?catid=666&SID=google#axzz1iT2Vi2rT

FINANCIAL TIMES
FT.COM
Most popular
1. 12 for 2012: Brazil’s import substitution industrialisation 2.0
2. Hungary: new year, more debt problems
3. Hungary: staring into the abyss
4. Hungary: nobody understands us
5. Chinese workers and railway misery
6. Vietnamese use dollar at their peril
7. Turkey: 2012′s first bloodbath
8. Amartya Sen: snakes and ladders
9. 12 for 2012: Why Poland will avoid recession even if whole EU does not
10. Hungary: forint fading fast

Source: FT.COM, Saturday, 7 January 2012, 2:52:41 EST

(Postado por Valéria Albuquerque - Real consultoria e Serviços)